A alteridade cultural as mulheres indígenas em contexto urbano em Campo Grande-MS diante e a questão da identidade cultural.
Coordenador(es): Janine Azevedo Barthimann Carvalho (UFPel).
Essse simpósio tem como escopo investigativo pensar nas fronteiras para além das questões territoriais, mas na fronteira identitária que interferem no intercâmbio cultural, político e social que colabora para o processo de identificação entre o “eu” e o “outro”. Partindo a problemática acerca da diáspora das mulheres indígenas em contexto urbano em Campo Grande-MS. Na tentativa de se fazer compreender as particularidades no âmbito do conceito de identidades, imagem e narrativas a partir de Barth (1998), um estudo acerca de memória com Le Goff (1990) e Thompson (1992), a investigação na identidade cultural com Star Hall (2006), entre outros autores.
Métodos, técnicas e conceitos no campo da História das Propriedades.
Coordenador(es): Mônica de Souza Nunes Martins (UFRRJ) e Marina Monteiro Machado (UERJ).
A construção do conceito de propriedade abrange amplo campo interdisciplinar, que tem se dedicado à problematização, em uma perspectiva mais plural, acerca “das propriedades”. Estudos recentes têm demonstrado, sob viés crítico, os limites das narrativas tradicionais, buscando explorar como sistemas de propriedade foram moldados por relações de poder e dominação, onde também a noção de propriedade de certos grupos sociais assumiu significado distinto nas suas respectivas experiências históricas. A Historiografia brasileira tem produzido investigações que partem da crítica à naturalização do conceito de propriedade individual e seu caráter excludente, consolidado como parte da ordem capitalista a partir do século XIX, no seio do pensamento liberal. Trata-se, portanto, de ampliar o olhar sobre as dimensões das propriedades em suas dimensões agrária, urbana, intelectual e patrimonial, observando as técnicas e métodos de trabalho aplicadas a abordagens que ampliem a análise histórico-social. O presente simpósio pretende, portanto, reunir trabalhos que tenham como foco uma reflexão sobre a história social da propriedade, com ênfase nos métodos e técnicas aplicados às pesquisas neste campo, bem como as experiências históricas que sustentam as chaves de leituras dedicadas ao tema.
Teoria da história e história da historiografia: narrativas, identidade e (ab)usos do passado.
Coordenador(es): Francisco Dênis Melo (UVA) e Thiago Braga Teles da Rocha (SEDUC/CE).
Este simpósio se propõe a ser espaço de discussões nos campos da teoria da história e da história da historiografia, articulando problemáticas que discutam as relações entre diferentes possibilidades de narrativas e a construção e desconstrução de identidades. Compreendemos, assim como Durval Muniz de Albuquerque Júnior, que a história é composta por dimensões políticas, éticas e estéticas, sendo “a arte de inventar o passado” (ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2007). Junto a ele também, compreendemos que um “Espaço é formado por sociedade, natureza e discurso” (ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2008, p. 108). A história, em sua dimensão narrativa, é uma inventora de temporalidades (RICOEUR, 2010), mas também funciona como fabricadora de identidades (RÜSEN, 2007). Junto a Manoel Luiz Salgado Guimarães compreendemos que há outras formas de escrita do passado além da própria historiografia. Vemos o passado, além da escrita da história, por meio das imagens, do patrimônio histórico, dos museus, da literatura... construindo, assim, outras formas de narrativa (GUIMARÃES, 2007). As imagens carregam em si, assim como o discurso escrito, seja o histórico ou o literário, a historicidade de sua produção, dando-nos amplas oportunidades de problematização ao “rasgar as imagens” (DIDI-HUBERMAN, 2013), confrontando assim diferentes culturas visuais (KNAUSS, 2006). Como afirma Guimarães (2003), assim como qualquer forma de narrativa sobre o passado, a historiografia é gestada por meio de tensões, de disputas, que carregam no ato de escrita da história as próprias marcas do momento de emergência da escrita. Neste espaço de discussão, esperamos receber propostas que problematizem as diferentes formas de narrar o passado, compreendendo o tempo como uma dimensão que está em constante disputa, destacando o compromisso ético do historiador com os usos e abusos do passado.
Ensino de História e Historiografias da África e da Cultura Afro-brasileira.
Coordenador(es): Francisco de Assis de Sousa Nascimento (UFPI) e Túlio Henrique Pereira (URCA).
A proposta busca acolher coletivos e pesquisadores, cujos trabalhos de temporalidades diversas, têm se voltado a repensar a historiografia e os postulados da História, a partir da percepção das experiências de pesquisa, ensino e extensão, em que a História e a Historiografia da África, da Diáspora Africana e da Cultura Afro-brasileira sejam epistemologias centrais, independente da qualidade das suas fontes ou suportes. Objetiva-se perceber a multiplicidade das identidades, das memórias, práticas, imaginários e representações operacionalizados e orientados através do ensino da História no seio das universidades, no chão das escolas, e nas comunidades. Desse modo, busca-se congregar, também, a partir da experiência extensionista, de modo a descentralizar e desterritorializar, através das epistemologias do sul global, reconhecendo as concepções dos sujeitos da experiência na contramão daqueles que dominam a produção do saber histórico. Por fim, se pretende oportunizar a construção de saberes teóricos e metodologias acerca das múltiplas práticas marginalizadas pelo interior profundo do Brasil, validando o multiculturalismo, a estabelecer diálogos fronteiriços com campos de saberes multidisciplinares, tais como as artes e as visualidades, a geografia e o universo cartográfico, as ciências sociais, entre tantos outros, capazes de permitir imagens, performances, textos, e cenários possíveis, na pós-colonialidade do pensar. Este simpósio é um espaço de diálogo, aprendizagem e socialização de vivências, culturas e sociabilidades.
Gênero, saúde e corpos insubmissos: escrita da história atenuando silenciamentos.
Coordenador(es): Thayane Lopes Oliveira (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz) e Valderiza Almeida Menezes (UFC).
A desigualdade de gênero é sentida, inclusive e com bastante frequência, nas políticas de saúde e serviços médicos ofertados à população. É possível dizer que o corpo feminino foi - e ainda é - objeto de meticuloso escrutínio do saber médico e científico, questão que se relaciona diretamente com interesses sociais, políticos e econômicos. Um vasto conhecimento foi produzido, a saber, por uma maioria expressiva de homens, que construíram formas de ver e explicar o corpo da mulher e suas especificidades. Nesse sentido, o “segundo sexo” foi enquadrado como o diferente, aquele que carrega anomalias e se distingue do “normal”, representado pelo corpo masculino. O processo de construção do corpo feminino determinou características que definiram o “ser mulher”. Este se tornou objeto da produção historiográfica a partir da virada conceitual dos anos 1970, que possibilitou a reflexão sobre novos temas e a inserção de um vasto arsenal de materiais dentro do arcabouço de fontes históricas. Assim, os debates que perpassam diversas áreas de conhecimento se tornaram objeto de investigação dos/as historiadores/as em busca da desconstrução daquilo que foi compreendido, durante muito tempo, como natural. Sendo significado pela cultura continuamente, o corpo se modifica com as doenças que o acometem, com o passar do tempo, com as modificações nos hábitos de vida e alimentares, com as crescentes maneiras de intervenção médica e tecnológica e as diversas possibilidades de prazer. Ressalte-se que o lugar social ocupado é importante para o reconhecimento do outro: de maneira mais ampla, as sociedades demarcam os limites entre aqueles que estariam dentro da “norma” e aqueles que se encontram à margem dela. (Louro, 2010). Partindo destas reflexões, este simpósio busca reunir contribuições historiográficas que colaborem com o rompimento dos “silêncios do corpo da mulher” (Perrot, 2013, p. 13) e contemplem o debate sobre questões relacionadas a corpo, gênero e mulheres no campo da história da saúde, tais como: direitos sexuais e reprodutivos associados à autonomia das mulheres; educação sexual; ações dos poderes executivos, legislativo e judiciário em sua relação com as questões contraceptivas e reprodutivas; acesso a serviços de saúde e debate sobre desigualdades estruturais; mobilizações feministas e de grupos de mulheres pela autonomia reprodutiva, bem como as ações de grupos contrários a essa autonomia; religião e valores culturais e suas influências sobre a opinião pública e políticas sobre contracepção e aborto; saúde, doenças e interseccionalidade, medicina popular e sociabilidades femininas nas práticas de cura e de conhecimento sobre o corpo, dentre outros.
História e Historiografia da Educação: sujeitos, instituições e práticas escolares.
Coordenador(es): José Antônio Gabriel Neto (UECE).
A História da Educação vem se consolidando como área importante para os estudos históricos relativos a vários campos como a política, economia, cultura e cotidiano das sociedades em geral. Assim, a pesquisa em História da Educação permite um olhar mais apurado sobre quem são os sujeitos que a compõem e quais são as práticas permeadas por esses mesmos indivíduos nos contextos escolares ao longo do tempo. As instituições participam ativamente do processo ao serem os locais de formação e das práticas educativas, quer estejam elas localizadas nos espaços escolares da educação básica ou mesmo nas instituições voltadas à educação superior. dando um sentido amplo ao que se entende como cultura e possibilitando que as classes, sejam elas subalternas ou elitizadas, constituam seus interesses, facilitando o entendimento sobre como se desencadeiam os processos políticos e sociais nas mais diversas sociedades. Dessa forma, estando alinhado ao escopo do evento, o presente Simpósio Temático tem por proposta reunir trabalhos que possibilitem a reflexão sobre a História da Educação nos mais variados contextos que agreguem reflexões sobre educação formal e não formal, espaços escolares, formação de professores, currículo, cotidiano escolar, história do ensino de história, memória escolar e historiografia sobre a História da Educação.
A história dos esportes: entre a escrita acadêmica e a história pública.
Coordenador(es): João Júlio Gomes dos Santos Júnior (UDESC) e Caio Lucas Morais Pinheiro (UECE).
A proposta deste Simpósio Temático é congregar trabalhos que discutam a história dos esportes, tanto em sua dimensão pública quanto acadêmica de escrita sobre diversas modalidades esportivas no Brasil e no exterior. Aqui compreendemos a história dos esportes de forma ampliada, incluindo, de um lado, práticas corporais institucionalizadas inseridas no contexto de competição de alto rendimento e, por outro lado, múltiplas modalidades lúdicas que se apropriam do corpo, ambas vêm se consolidando dentro da historiografia desde, pelo menos, a década de 1960 (MELO; FORTES, 2010, p. 15). O passado dos esportes e sua trajetória marcadamente moderna será analisado sob múltiplos olhares, seja com ênfase social, econômica, cultural e seus usos públicos, uma vez que este universo mobiliza uma variedade de atores: dos praticantes aos espectadores, dos dirigentes às torcidas e dos profissionais aos técnicos. De acordo com Vamplew (2013, p. 8-9), há pelo menos três formas de fazer a história pública dos esportes. A primeira é a história pública popular, que compreende a produção feita por meio de diversos recursos midiáticos, incluindo a internet, sendo bastante popular entre pesquisadores amadores; a segunda forma é ligada aos museus dos esportes, que costumam deixar-se levar pela nostalgia e acabam exaltando trajetórias e consolidando mitos; a terceira forma está ligada aos discursos oficiais das federações esportivas, comissões ou entidades que apresentam uma narrativa bastante tradicional do esporte. Nossa proposta é problematizar essas narrativas, analisar as relações que estabelecem com a memória individual, coletiva e institucional que circulam nas representações dos passados dos esportes. Queremos, igualmente, discutir formas alternativas de apresentação do conhecimento histórico buscando construir uma cultura histórica que ultrapasse os muros da academia (Malerba, 2017, p. 146). Portanto, estamos abertos também a iniciativas que explorem formas alternativas de representar o passado de distintas modalidades e práticas corporais, tais como: futebol, artes marciais, boxe, atletismo, turfe, remo, dança, etc.
Brasil republicano: autoritarismos democráticos e ditatoriais nos séculos XX e XXI.
Coordenador(es): Cintya Chaves (UECE); Thiago de Sales Silva (UFC) e Tásso Brito (FUNDAJ/UFC).
O simpósio propõe congregar trabalhos que tenham como mote historicizar experiências autoritárias brasileiras emergentes nos séculos XX e XXI. Entendendo o autoritarismo como uma construção social que molda as dinâmicas tanto das relações sociais quanto políticas, compreendemos que esses processos devem ser inscritos na duração, extrapolando os regimes ditatoriais. Portanto, nos interessam temáticas como: lutas e resistências dos diferentes segmentos sociais contra as violências cometidas pelo Estado, mas também as adesões, acomodações e consentimentos a projetos políticos ancorados no arbítrio e como este se manifesta na cultura, nas relações pessoais e afetivas, nas mais diversas instituições, seja de Estado ou não, enfim em vários aspectos da vida. Assim, interessa-nos debates que reflitam sobre os mecanismos de censura, espionagem e o funcionamento de medidas de exceção (AGAMBEN, 2004) praticados, inclusive, por governos em regimes democráticos. Privilegia-se recortes que delimitam a Era Vargas, a Ditadura Militar e suas respectivas transições, bem como os cenários pós redemocratização e as disputas pelo conceito de democracia.
História e Literatura: práticas de leitura, de escrita e formação intelectual.
Coordenador(es): Carlos Eduardo de Oliveira Bezerra (UNILAB) e Francisca Carla Santos Ferrer (UNINASSAU).
Este Simpósio Temático (ST) acolherá comunicações orais de pesquisas que estão em andamento ou que foram concluídas, sobretudo as do tipo bibliográficas, documental e qualitativa, que trataram das relações entre a História e a Literatura. Estão no foco do ST a formação intelectual de agentes sociais que, em suas práticas de leitura, de escrita e a formação intelectual de agentes sociais que, em suas atividades acionaram os mais diversos gêneros textuais literário-ficcionais, não ficcionais, como a historiografia, mas que dialogaram com ela, e gêneros híbridos. Estão incluídos nos temas do ST a escrita de livros didáticos de História e de Literatura, bem como materiais didáticos que contribuam para a construção desses conhecimentos. Ressalta-se também a formação intelectuais de "homens de letras", bem como a de outros corpos no que Robert Darnton em O beijo de Lamourette convencionou chamar de "os intermediários esquecidos da Literatura", ou seja, os editores, os livreiros, os bibliófilos, os vendedores ambulantes de livros, papel e demais materiais utilizados nos processos de aquisição da escrita e da leitura.
História, arte e invenção: identidades, subjetividades e narrativas da História.
Coordenador(es): Fábio Leonardo Castelo Branco Brito (UFPI) e Edwar de Alencar Castelo Branco (AILPcsh).
O ofício dos historiadores, no magistério tanto quanto na pesquisa acadêmica, tem sido conformado no interior de um debate que aponta para caminhos que ora refletem a preocupação em perceber a história como um saber à beira da falésia – e, portanto, no limiar entre um campo do conhecimento consolidado e o seu iminente estilhaçamento –, ora aponta a superação do temor desta falésia metafórica como uma saída que pode levar a um novo e infinito campo de possibilidades para a escrita da história. Disto decorre que conceitos tais como invenção, subjetividade, identidade e discurso passam a ser parte das exigências desse ofício, que, dessa maneira, distancia-se de um saber puramente científico para tornar-se o que seria possível chamar de uma protoarte. Diante de tais questões, esse simpósio procurará reunir trabalhos que se encontrem no interior deste debate. Trata-se de um Simpósio que se propõe a englobar temáticas relacionadas às artes em geral, às discussões sobre identidades e os locais da cultura, aos lugares ocupados pelos sujeitos diante da emergência da noção de pós-humano, às perambulações de jovens pelos espaços urbanos e pelos espaços cibernéticos, às falas de gênero que extrapolam a dimensão do corpo e aos encontros entre história e sensibilidades.
Historiografia dando forma a memórias sobre o ensino (de História.
Coordenador(es): Jandson Bernardo Soares (Rede Privada - RN) e Matheus Oliveira da Silva (PPGH/UFRN - Doutorado).
Como apontam trabalhos recentes, nas últimas duas décadas, em especial, tem havido o crescimento do interesse de historiadores pela história do ensino de História, seja no nível da escolarização básica, seja no nível superior (SILVA, 2023). Tal interesse tem sido fundamental no processo de pluralização de narrativas sobre essas experiências, que têm cada vez mais dado voz a novos sujeitos, espaços e artefatos. Narrativas plurais implicam mudança na concepção de nossa comunidade acerca dos espaços de ensino e formação, de modo que estes não podem mais ser pensados da maneira com que a historiografia sobre história do ensino (de história) o tem feito (SCHMIDT, 2003; FONSECA, 2004; BITTENCOURT, 2008). Além disso, as próprias experiências do ensino de História possuem especificidades que precisam ser postas em perspectiva, levando quem pesquisa sobre elas a repensar aspectos veiculados pela referida historiografia, tais como: mitos de fundação, papéis de determinados sujeitos, reprodução de currículos, a força de uma legislação local sobre o país, entre outros elementos. Neste simpósio, pretendemos congregar, portanto, trabalhos que se proponham a refletir sobre diferentes experiências de ensino e aprendizagem da História no Brasil e em diferentes níveis de ensino no século XX. Dentro desse recorte, enquadram-se discussões sobre métodos de ensino, manuais didáticos, manuais de teoria e introdução à História, trajetórias docentes, história dos cursos superiores de História, experiências escolares (sobretudo as inovadoras), análise de currículos e programas de disciplinas, análises historiográficas, entre outros.
Patrimônio cultural, políticas da memória e o ofício da história.
Coordenador(es): Hildebrando Maciel Alves (UECE) e Antonio Gilberto Ramos Nogueira (UFC).
Patrimônio e memória tem desafiado a historiografia disciplinada no tempo presente. Na condição de vetores de um complexo processo de “reificação do passado”, ou se quisermos, da emergência de “novas interpretações do passado”, consubstanciadas por disputas de “apagamento” ou “reabertura da história”, funcionam como recurso e dispositivo a entrelaçar em sua dimensão política e social passado, presente e futuro (TRAVERSO, 2012). O presente simpósio temático é fruto das atividades do Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio e Memória (GEPPM/UFC/CNPq). Compreendendo que o patrimônio cultural, enquanto conceito e campo, deve ser pensado como uma prática social historicamente construída (NOGUEIRA, 2014), convidamos a comunidade historiadora para uma reflexão acerca de nossa operação historiográfica (CERTEAU, 2014) em meio à um cenário de disputas identitárias e políticas/projetos de memória. Diante de um contexto onde a memória é constantemente demandada no tempo presente, junto da mobilização dos movimentos sociais, das manifestações pelo direito à cidade, dos embates no campo das legislações, dos ataques à democracia, nos deparamos com o processo de dilatação dos sentidos atribuídos ao patrimônio. Este é um processo que acaba por congregar visões e perspectivas que não necessariamente são conjugadas em harmonia ou coerência. Conflitos e tensões, por consequência, passam a demarcar os distintos processos de patrimonialização. (CHUVA, 2012) Nessa perspectiva, buscamos acolher pesquisas que reflitam acerca dos mais variados sujeitos, instituições, coletivos, movimentos, espaços, discursos, projetos e sentidos atribuídos aos bens patrimonializados, institucionalmente ou não. Nosso objetivo é promover um espaço que possibilite ampliar as discussões sobre o papel da História e o lugar da/o historiadora/or no campo do patrimônio, percebendo que este é um espaço de atuação profissional que dialoga diretamente com os espaços educativos formais e não-formais.
Diálogos entre história e saúde: memória, historiografia, política e sociedade.
Coordenador(es): Cláudia Freitas de Oliveira (UFC) e Luiz Alves Araújo Neto (COC/Fiocruz-RJ).
O Simpósio Temático busca aprofundar o diálogo entre história e saúde em suas relações com distintos arcabouços teóricos, disciplinares e de atuação política. Inserido no campo de pesquisa História da Saúde e das Doenças que, ao longo de décadas, contribui para a fomentação de debates históricos e historiográficos em eventos e produções acadêmicos e científicos no Brasil, o ST objetiva proporcionar a atualização e o alargamento de antigas e novas temáticas, abordagens e metodologias investigativas. Neste sentido, além de proporcionar a oportunidade de realização de trocas de experiências com historiadores, o ST visa estabelecer interfaces com pesquisadores de outras áreas do conhecimento, como: antropologia, literatura, psicologia, medicina, serviço social, educação, entre outras, que tenham como problemática de investigação a intersecção entre saúde e sociedade. Em contextos de pós-pandemia, o campo de História da Saúde e das Doenças suscitou interesses por parte de pesquisadores e do público em geral por temáticas, como: epidemias, saúde mental, doenças, lutos, o nascer e o morrer, experiências e discursos científicos, instituições assistenciais, médicas e caritativas. Temáticas estas, entre outras, articuladas às relações de classe, gênero, raça e etnias, em diversas temporalidades e espacialidades.
História & Teatro.
Coordenador(es): Ronyere Ferreira da Silva (UFPI) e Magela Lima.
No lastro de iniciativas semelhantes, capitaneadas por um conjunto de pesquisadores que desde o início do século se reúne em eventos científicos relevantes, este Simpósio Temático se propõe a debater as múltiplas relações entre História e Teatro, ambiências que, desde a segunda metade do século XX, foram impulsionadas pelos diálogos (intensos e profícuos) com matrizes teórico-metodológicas de dimensões internacionais, a ponto de consolidarem no Brasil um campo de estudo interdisciplinar, com diversidade temática e consistência epistemológica, que compreende o teatro como um ato comunicativo que utiliza códigos (verbais, gestuais, visuais, estéticos) e que se situa em uma arena habitada por complexas lógicas culturais, sociais e políticas. Considerando as múltiplas perspectivas adotadas nos estudos contemporâneos, busca-se congregar pesquisadores que examinem, dentre outros temas, os aspectos teórico-metodológicos dos estudos teatrais; os diálogos entre teatro e outras manifestações artísticas; as experiências cênicas e as suas dimensões políticas; os empreendimentos estéticos individuais ou coletivos; os sujeitos, as companhias e os pensadores atuantes na história do teatro brasileiro.
Religião e religiosidades no Brasil: novos estudos e abordagens historiográficas.
Coordenador(es): Victor Breno Farias Barrozo (UFPB) e Francisco Alexandre Gomes (UFC).
As religiões e religiosidades têm sido ao logo de toda a história do Brasil, e sobretudo no tempo presente quando os intercâmbios entre religião e política vivenciam um recrudescimento a partir da ação de novos atores como os pentecostais, componentes sociais e culturais importantes para a compreensão das identidades nacionais e regionais, bem como das dinâmicas da sociedade em todas as esferas. As interfaces entre as expressões religiosas e as questões políticas, econômicas, entre outras, na longa duração da trajetória nacional colocam desafios para a investigação acadêmica sobre o país. Por esta razão, faz-se necessário o esforço teórico-metodológico de problematizar o lugar, funções e sentidos das representações religiosas na sua relação mais ampla com os temas do poder, memória, narrativas e atores. O presente GT acolhe pesquisas que se debrucem sobre as mais diversas e variadas formas de religiões e religiosidades, com o objetivo de ampliar as possibilidades historiográficas na elucidação do assunto em questão.
O Mundo Atlântico: colonização, sertões e fronteiras (séculos XVI ao XIX).
Coordenador(es): Rafael Chambouleyron (UFPA) e George F. Cabral de Souza (UFPE).
O objetivo deste Simpósio Temático é reunir comunicações que apresentem resultados de pesquisas relativas às vivências e experiências da colonização portuguesa e espanhola na América. Tomamos como balizas temporais o período compreendido entre o início do século XVI e os princípios do XIX. As duas últimas décadas foram marcadas por uma grande ampliação dos estudos sobre o período colonial. Esse impulso se deve, entre outros aspectos, pela renovação nos quadros teóricos e pela maciça disponibilização de fontes primárias. A percepção da capacidade de atuação dos sujeitos históricos radicados no Novo Mundo descortinou novas dinâmicas, práticas, saberes e protagonismos, tornando o quadro muito mais complexo do que o que supunha ser. Pretendemos discutir estas diversas dimensões da colonização da América, enfocando vetores internos e externos e sua interferência na ocupação de espaços e formação de territórios. Compreendemos as fronteiras não como áreas periféricas, mas como zonas de vanguarda da referida ocupação colonial, nas quais é possível vislumbrar importantes aspectos da formação das sociedades americanas na modernidade. O Simpósio Temático está aberto ao diálogo num amplo espectro de enquadramentos, abarcando aspectos da cultura, da sociedade, do mundo do trabalho e da economia coloniais.
Historiografia, cinema e fotografia: teorias e perspectivas.
Coordenador(es): Rafael Morato Zanatto (UFPB) e Meize Regina de Lucena Lucas (UFC).
por fãs e profissionais de distintas áreas do conhecimento, como críticos de arte, escritores, filósofos, físicos, arqueólogos, arquitetos, jornalistas, fotógrafos, etc., além de críticos e cineastas, sobretudo antes do reconhecimento da cultura visual como fonte de pesquisa pela historiografia profissional. Escrever uma história das imagens estáticas e em movimento implica em considerar não apenas o estudo dos filmes, das fotografias e pinturas, de seus artistas, produtores, distribuidores, mas de toda sua cultura, pois não existe cultura visual sem exibições, festivais e salas, galerias e exposições, sem crítica, sem público. Considerando a formação da história do cinema e da fotografia como um fenômeno social complexo, antes e depois de sua institucionalização no campo disciplinar da ciência e da narrativa histórica, o presente ST pretende congregar trabalhos que discutam essas historiografias trazendo em relevo as características dessas narrativas, regimes de historicidade, metodologias e fontes utilizadas por seus autores no estudo histórico das imagens estáticas ou em movimento, suas formas de exibição e recepção, ou ainda, que reflitam sobre esses objetos a partir de questões teórico-metodológicas presentes nesse fazer historiográfico. A fotografia, em suas conformações a partir do século XIX, juntamente com o cinema, alteram as percepções sobre o mundo. Fonte e objeto de pesquisa, as imagens fotográficas em seus diferentes suportes e cotejamentos com o escrito e outras visualidades, igualmente se inscrevem em um campo da pesquisa histórica. Em linhas gerais, o ST pretende favorecer o intercâmbio entre historiadores e pesquisadores interessados em discutir os diferentes critérios, teorias, linhas do conhecimento e perspectivas do passado, do presente e do futuro dos estudos históricos da fotografia, do cinema, da cultura visual e de suas historiografias.
Ditaduras de segurança nacional no Cone-Sul: história e memória.
Coordenador(es): Débora Strieder Kreuz (UESPI) e Sabrina Steinke UFMA).
Em 2024 o golpe civil-militar no Brasil faz 60 anos. Em 2023, o golpe no Chile e no Uruguai completaram 50, e o fim da ditadura argentina, 40 anos. As chamadas “datas redondas” mobilizam e são convites para pensarmos esses processos históricos ainda em curso, os quais, nos últimos anos, ganharam contornos negacionistas inclusive. Isso demonstra, de início, o quanto as sociedades latino-americanas estão permeadas pela presença dos golpes e ditaduras, cujas permanências se refletem cotidianamente. Assim, o presente simpósio buscará estabelecer diálogos sobre esse período, seus antecedentes e reflexos no presente. Buscaremos reunir trabalhos que investiguem temas relacionados às ditaduras de segurança nacional do Cone-Sul: movimentos sociais existentes antes dos golpes, fundamentação ideológica dos golpes, organizações de direita, sistemas repressivos e suas articulações internacionais, violações de direitos humanos, exílios e redes de solidariedade, Operação Condor, testemunhos traumáticos, justiça de transição, acesso aos arquivos repressivos, políticas e disputas de memória, permanências autoritárias, atuação dos militares nas democracias, ensino das ditaduras, produções artísticas sobre o tema, historiografia, dentre outros.
História e narrativa: abordagens e perspectivas.
Coordenador(es): Francisco Régis Lopes Ramos (UFC) e Evandro dos Santos (UFRN).
Tão antiga quanto a ideia de história é a preocupação com a sua escrita. Preservadas as diferenças entre contextos históricos/espaciais e suas especificidades, entre um saber antigo e sua adaptação como disciplina científica moderna, entre usos e abusos desse conhecimento, a escrita da história segue a fomentar uma agenda perene de indagações e desafios teóricos, éticos e políticos, de interesse para o conjunto do campo de conhecimento em questão, que envolve as fórmulas e funções de sua apresentação por escrito. Nesse sentido, este Simpósio Temático propõe-se a recolocar, uma vez mais, as questões implicadas no exame dos diálogos da história disciplinar com suas dimensões narrativas, por exemplo: relações da história com a literatura, com os diferentes gêneros e recursos narrativos, com a memória, a cultura material e outras modalidades de usos políticos, sociais e artísticos do passado e, em linhas gerais, com o âmbito do ficcional, em termos teóricos, metodológicos e historiográficos. Nesse sentido, pesquisas que abordem e/ou ofereçam perspectivas variadas acerca da concepção de história apreendida como uma complexa articulação entre reflexões teóricas e metodológicas e os diferentes aspectos que envolvem o trabalho com múltiplas temporalidades e com os recursos compartilhados por todo esforço intelectual que envolve a produção textual e seus pressupostos são muito bem-vindas